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Um Conto da Caixinha de Ouro

Um conto da caixinha de ouro

A vida nos ensina, mostrando através das histórias tão longe da nossa realidade, como por exemplo, a vida da Rainha de Ouro.

Soberana, responsável pelo seu Reino, reconhecida por ainda muito jovem, receber a coroa do seu país que, somente a repassou quanto partiu!

Acredito que, na sua posição, tendo que manter a sua imagem, deixou de ser a jovem mulher, assumindo um papel que nem imaginava ser, passando sozinha, momentos de controvérsias, ponderando razões, emoções, sentimentos de dor, pois, antes de tudo, era um ser humano.

Renunciando muitas vezes aos momentos familiares, principalmente como mãe. Cercada de pessoas, agradáveis ou não, compartilhando ideais, ideias. Acredito que política não seja para qualquer pessoa e, penso comigo, quantos primeiros-ministros ela teve que conhecer, e estabelecer confiança política, necessária para governar.

Durante o reinado, seus filhos cresceram, com isso novas geração foram surgindo. Para uma mulher que praticamente vive e viveu dentro deste quadro, deve ter sido difícil aceitar a nova geração, as mudanças e a forma de ver a vida fora daquele espaço que, talvez, ela até quisesse mudar. Mas, com as regras imputadas na vida de uma soberana, isso lhe foi tirado. Fácil, muito fácil para as pessoas de fora julgá-la, pois não cabe às pessoas de fora compreendê-la. Afinal, não é delas a vida de uma rainha. Fato é que julgar é diferente de vivenciar!

Ela estava presente nos momentos mais difíceis por que o mundo passou: guerras, crises financeiras, mudanças globais.

O mundo mudou! Imagino-a, olhando pela janela do castelo, e vendo a vida passar em alguns momentos! O que ela sentia?Trocaria a sua vida para usufruir da paz da “vida simples”, sem compromissos sociais, sem cobranças, sem responsabilidades de um país, descumprindo algumas vezes, etiquetas, regras, o que muito jovens fazem?

A liberdade que somente os outros podem ter, não ela, soberana, rainha, poderosa, mas ao mesmo tempo presa em suas próprias origens, regras, etiquetas, tradições.

Vista perante a sua família, a realeza, somente como um símbolo, uma máquina, fria, calculista, olhando somente para a coroa! Que sofrimento! Como ela poderia passar os seus sentimentos?

“A nobreza do seu coração está nos seus atos, o que a humanidade muitas vezes desconhece, pois não estão contidas nestes atos seus sentimentos!”

“Atos não compreendidos levam a humanidade a desconhecer o principal objetivo da vida, que é dar Vida para as possibilidades”

“É comum na falta de conhecimento, submeterem-se as pessoas ao apontamento, desconhecendo as verdadeiras razões das suas atitudes, pois a falta de conhecimento nos leva à ignorância e, por fim, leva às mais cruéis inobservâncias, causando uma falsa ideia relacionada à pessoa em questão!”

“A ignorância faz o ignorante se sentir no direito de opinar em causas que ele próprio desconhece”

Tive que guardar os meus sentimentos dentro de uma caixinha de ouro dentro do palácio, onde, somente eu tinha acesso!

Guardei nesta caixinha os momentos mais importantes da minha vida!

Quando conheci o meu esposo, onde fomos pessoas normais, nossos momentos mais íntimos, onde pudemos ser o que éramos, o nascimento dos nossos filhos, o amor dedicado a eles, os momentos felizes que passamos juntos, muitas vezes não externados. Quando renovávamos os nossos votos, infringimos as regras às escondidas. Onde pude deixar o meu amor, todos os meus sentimentos, e o meu eterno amor que somente meu esposo conhecia.

Somente a caixinha de ouro guardou os meus sentimentos de mãe, das alegrias e das tristezas!

Posso dizer que hoje, somente esta caixinha de ouro importa. Deixei a coroa, que honrei até os últimos momentos da minha vida. Honra é a única palavra que aprendi e dediquei na minha vida!

Qual seria a frase que externaria os meus sentimentos nos últimos dias da minha vida?

A glória da paixão pelo meu país?

Obediência à coroa, cumpridora do regime político, mantenedora, supressora, etc.?

Quem me dera poder dizer que a felicidade da minha família sempre esteve em primeiro lugar!

Acho que seria mentir para mim mesma, pois não foi.

Como poderia deixar as necessidades familiares tomarem conta dos meus sentimentos? Resisti aos meus tormentos como mãe, como sogra, como avó, somente você, o único amor da minha vida conhecia os reais sentimentos da minha pessoa. Como você sofreu comigo, acompanhando as minhas escolhas, tentando compreender e, em muitos momentos, não concordando, pois eu sentia no seu olhar o descontentamento, mas tentava passar serenidade.

Havia muito mais a trabalhar pela paz da minha família, afetividade, amor, tolerância, relacionamento, cumplicidade, externar amor, sentimentos que tive que deixar guardado na caixinha de ouro.

Acredito que eu tenha muito a aprender nesta nova caminhada,

Livre para ser eu mesma, um ser humano como outro qualquer, que tem perguntas e busca por respostas, entendimento e compreensão, clamo a Deus pela minha paz!

“Havia muito mais a trabalhar pela paz da minha família, afetividade, amor, tolerância, relacionamento, cumplicidade, externar amor, sentimentos que tive que deixar guardado na caixinha de ouro”.

Autora : Neide M.Aguni Furuguem

Revisado por Maria Cristina M.Tokuyama

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